domingo, 7 de fevereiro de 2010

Tempos de Paz

"Eu não sei para que serve o teatro no mundo depois de tanta guerra e violência, só sei que eu tenho que continuar fazendo o que eu sei fazer. Um dia, alguém vai saber para que serve, enquanto a mim, basta apenas saber fazer, fazer teatro."

Essa seria a grande temática proposta pelo filme, que digasse de passagem, é excepcional, que faz uma grande analogia do poder que o teatro tem de tocar no mais profundo do ser humano, onde nem mesmo o próprio sujeito consegue chegar.

A história se passa em 1945, com o fim da segunda guerra mundial, quando é passada as diretrizes de tempos de paz no Brasil em pleno governo de Vargas, conturbado por prisões e torturas políticas. Clausewitz (Dan Stullbach) é um polonês que migra para o Brasil em busca de nova vida, já que perdeu tudo na guerra. Ele vem com a intenção de trabalhar na lavoura, apesar de ser ator. E depois de recitar Carlos Drumond de Andrade na Alfândega é preso por Segismundo (Tony Ramos) sobre a suspeita de ser um Nazista.

É então que Clausewitz (Dan Stullbach) tem que usar toda a sua arte como ator e dar vida a magia que o teatro pode proporcionar para convencer a Segismundo (Tony Ramos) de que não é um nazista.

O filme retrata de uma forma bem poética questões como guerra, tortura, morte, arrependimento, xenofobismo e amor com textos da mais alta qualidade e inspiração teatral européia e brasileira. Além de tentar mostrar o poder que a arte tem sobre a transformação de um homem.

Uma obra de Bosco Brasil com a direção de Daniel Filho e a atuação de grandes artistas como Dan Stullbach, Tony Ramos, Ailton Graça, Anselmo Vasconcelos, dentre outros, merece ser visto. Esta obra só comprova o que já está evidente à algum tempo. O cinema brasileiro só tem crescido e a tendência é crescer ainda mais.

Tempos de Paz
Ano/duração: 2009/1h 20m
Direção: Daniel Filho
Gênero: Drama
Idioma Original: Português

Nota: 8 (ótimo/excelente)