quinta-feira, 10 de maio de 2012

Por hoje...

Queria que o Papai do céu me explicasse por quê tudo que eu verdadeiramente quero, preciso ralar pelo menos 4 vezes a mais do que qualquer outro ser humano teria de ralar para conseguir...Se for para eu dar mais valor, acho que Ele está fazendo isso errado, porque isso só me faz cansar mais rápido de tudo.

Quisera eu então não ter o bom gosto que me foi dado, para assim não me interessar pelas melhoras coisas que a vida pode proporcionar.

Quisera eu não ter inteligência para saber o que é bom ou não, e aceitar contentamente qualquer coisa que me fosse oferecido.

Quisera eu não me apegar a nada nem a ninguém, não ouvindo o barulho da porta batendo quando estivessem chegando ou saindo.

Quisera eu não me importar com o que acontece ao meu redor, não me incomodando com as mazelas de uma realidade atrofiada.

Quisera eu ter a resposta para todas as minha dúvidas. Dúvidas que são usadas por muitos como prepesto para não assumir uma situação e descompromissar qualquer responsabilidade vindoura. Isso não é dúvida, é covardia.

Quisera eu não viver do meu passado e anulando o meu presente, descobrindo tardiamente que aquilo que realmente me fazia bem não foi aproveitado por eu estar confuso.

Quisera eu também ter escrito essas palavras de Osho: "Nunca adie. Adiar é um truque muito sutil da mente. Viva o momento na totalidade. Lembre-se sempre de que este é o único momento que você tem — não há outro momento, não há outro mundo."

Como recomendação deixo aqui o filme "Cidade dos Anjos", onde os desejos foram colocadas sobre a mesa, as decisões foram tomadas, e ainda assim não foi garantia de que tudo no final fosse dar certo. Mas isso não impediu que a atitude fosse tomada. Quem viu sabe do que se trata...

Esse pequeno texto de hoje é dedicado as frustrações, as indagações, aos questionamentos e a vontade de ter, ser, sentir, perder...

Cidade dos Anjos
Ano/Duração: 1997/1h 54m
Direção: Brad Silderling
Gênero: Drama
Idioma Original: Inglês


Nota: 7 (bom/ótimo)

domingo, 7 de fevereiro de 2010

Tempos de Paz

"Eu não sei para que serve o teatro no mundo depois de tanta guerra e violência, só sei que eu tenho que continuar fazendo o que eu sei fazer. Um dia, alguém vai saber para que serve, enquanto a mim, basta apenas saber fazer, fazer teatro."

Essa seria a grande temática proposta pelo filme, que digasse de passagem, é excepcional, que faz uma grande analogia do poder que o teatro tem de tocar no mais profundo do ser humano, onde nem mesmo o próprio sujeito consegue chegar.

A história se passa em 1945, com o fim da segunda guerra mundial, quando é passada as diretrizes de tempos de paz no Brasil em pleno governo de Vargas, conturbado por prisões e torturas políticas. Clausewitz (Dan Stullbach) é um polonês que migra para o Brasil em busca de nova vida, já que perdeu tudo na guerra. Ele vem com a intenção de trabalhar na lavoura, apesar de ser ator. E depois de recitar Carlos Drumond de Andrade na Alfândega é preso por Segismundo (Tony Ramos) sobre a suspeita de ser um Nazista.

É então que Clausewitz (Dan Stullbach) tem que usar toda a sua arte como ator e dar vida a magia que o teatro pode proporcionar para convencer a Segismundo (Tony Ramos) de que não é um nazista.

O filme retrata de uma forma bem poética questões como guerra, tortura, morte, arrependimento, xenofobismo e amor com textos da mais alta qualidade e inspiração teatral européia e brasileira. Além de tentar mostrar o poder que a arte tem sobre a transformação de um homem.

Uma obra de Bosco Brasil com a direção de Daniel Filho e a atuação de grandes artistas como Dan Stullbach, Tony Ramos, Ailton Graça, Anselmo Vasconcelos, dentre outros, merece ser visto. Esta obra só comprova o que já está evidente à algum tempo. O cinema brasileiro só tem crescido e a tendência é crescer ainda mais.

Tempos de Paz
Ano/duração: 2009/1h 20m
Direção: Daniel Filho
Gênero: Drama
Idioma Original: Português

Nota: 8 (ótimo/excelente)

sábado, 16 de janeiro de 2010

O Pagador de Promessas

Se não tiver sido a melhor produção cinematográfica brasileira realizada até hoje concerteza está entre as melhores. "O Pagador de Promessas" (1962), de Anselmo Duarte, conta a história de "Zé do Burro" (Leonardo Villar), um ingênuo e pacato homem do campo que após ver seu burro gravemente ferido, faz uma promessa em um terreiro de candomblé para que o burro fosse curado. A promessa consistia em distribuir suas terras para os pobres e carregar uma cruz até a Igreja de Santa Bárbara em Salvador seguido fielmente por sua esposa Rosa (Glória Menezes).

A questão é que devido Zé do burro ter feito a promessa à Santa Bárbara em um terreiro de Candomblé por falta de uma igreja na região, é proibido de entrar na igreja pelo padre Olavo (Dionísio Azevedo) e ainda é acusado de profanar o sacrifício de Cristo.

Zé do Burro é ingenuamente explorado por vários grupos que se aproveitam da situação para tirar proveito de suas pragmáticas. Os praticantes do candomblé aproveitam a situação para usá-lo como líder contra a discriminação praticada pela igreja, os jornalistas aproveitam sua promessa de dar terra aos pobres para dar grito a Reforma Agrária, etc.

Com um elenco fantástico, uma narrativa clara e objetiva durante toda a história, iluminação perfeita (apesar e principalmente por ser preto e branco rsrs), uma situação muito bem explorada e um final surpreendente, "O Pagador de Promessas" é excepcional.

O Pagador de Promessas foi indicado ao Oscar por Melhor Filme Estrangeiro (1963-EUA), ganhou a Palma de Ouro no Festival de Cannes (1962-França), Prêmio Especial do Júri no Festival de Cartagena (1962-Colômbia) entre outros.

O Pagador de Promessas
Ano/duração: 1962 - 110 minutos
Direção e Roteiro: Anselmo Duarte
Gênero: Drama
Idioma Original: Português

Nota: 8 (ótimo/excelente)

sábado, 9 de janeiro de 2010

O Vagabundo


A idéia de fazer um outro blog veio justamente pela conclusão do primeiro. O blog CONSPIRAÇÃO é carregado de uma revolta e uma crítica sistemática da sociedade e tudo que está em sua volta e lhe diz respeito.

Bem que se fala que um grande frustrado se torna escritor, como o caso de Kafka. Nem que seja um escritor fajuto que expresse seu tédio pelo cotidiano em um blog. Mas a vida tem suas particularidades maravilhosas que necessitam de certa sensibilidade para percebê-las.

E foi pensando justamente no que a vida tem de melhor para nos oferecer em suas várias expressões e manifestações é que surgiu esse blog. E uma dessas manifestações é a arte. No meu caso, por exemplo, tenho um fascínio exorbitante e um tanto quanto exagerado por filmes.

E como diz um dos maiores (senão o maior) analista de filmes que conheço pessoalmente, Guto Michel; "Qualquer filme que não tenha um animal falando com um ser humano merece ser visto", propus analisar a vida e suas várias questões, principalmente as mais pragmáticas, nas grandes obras cinematográficas que certamente transcenderão o tempo.

Quem sou eu para criticar ou julgar um filme. Quero apenas expressar o meu gosto pela arte, de uma forma bem informal, é claro, nada profissional, nem se quisesse. E indicar alguns filmes que passam uma mensagem bacana e construtiva para nós.

E não se pode falar em filmes sem lembrar do maior (com certeza o maior) astro do cinema. Não teve e não terá alguém como ele nas telinhas, que conseguia passar toda emoção, magia, crítica e encanto em suas obras clássicas e memoráveis.

Fica aqui uma pequena homenagem ao grande rei do cinema mudo, que quando abria a boca nos encantava com palavras mais ou menos assim:

Quando me amei de verdade, compreendi que em qualquer circunstância, eu estava no lugar certo, na hora certa, no momento exato.
E então, pude relaxar.
Hoje sei que isso tem nome... Auto-estima.


Quando me amei de verdade, pude perceber que minha angústia, meu sofrimento emocional, não passa de um sinal de que estou indo contra minhas verdades.
Hoje sei que isso é... Autenticidade.


Quando me amei de verdade, parei de desejar que a minha vida fosse diferente e comecei a ver que tudo o que acontece contribui para o meu crescimento.
Hoje chamo isso de... Amadurecimento.


Quando me amei de verdade, comecei a perceber como é ofensivo tentar forçar alguma situação ou alguém apenas para realizar aquilo que desejo, mesmo sabendo que não é o momento ou a pessoa não está preparada, inclusive eu mesmo.

Hoje sei que o nome disso é... Respeito.


Quando me amei de verdade comecei a me livrar de tudo que não fosse saudável... Pessoas, tarefas, tudo e qualquer coisa que me pusesse para baixo. De início minha razão chamou essa atitude de egoísmo.
Hoje sei que se chama... Amor-próprio.


Quando me amei de verdade, deixei de temer o meu tempo livre e desisti de fazer grandes planos, abandonei os projetos megalômanos de futuro.
Hoje faço o que acho certo, o que gosto, quando quero e no meu próprio ritmo.
Hoje sei que isso é... Simplicidade.


Quando me amei de verdade, desisti de querer sempre ter razão e, com isso, errei muitas menos vezes.
Hoje descobri a... Humildade.


Quando me amei de verdade, desisti de ficar revivendo o passado e de preocupar com o futuro. Agora, me mantenho no presente, que é onde a vida acontece.
Hoje vivo um dia de cada vez. Isso é... Plenitude.


Quando me amei de verdade, percebi que minha mente pode me atormentar e me decepcionar. Mas quando a coloco a serviço do meu coração, ela se torna uma grande e valiosa aliada.
Tudo isso é... Saber viver!!!


(Charles Chaplin)


Sejam bem vindos, e espero que gostem...